FLORIDA CHRISTIAN UNIVESITY
CAMPUS
UNIFUTURO
NÚCLEO NORDESTE
MESTRADO EM
EDUCAÇÃO
MARIA
DAS DORES NOGUEIRA NOBRE ARAÚJO
Práticas pedagógicas x Cultura familiar:
Como conciliar os conflitos da
sexualidade infantil?
QUIXADÁ-
CE
2014
1- Introdução:
Este
trabalho resulta de estudos que
apresentam em suas entrelinhas o resultado diagnóstico descritivo e avaliativo de
experiências vivenciadas no Instituto de Educação Infantil Areia Branca, escola
publica da rede municipal de Ibicuitinga – Cé. Pretende-se
por meio deste conjecturar concepções teóricas à práticas pedagógicas e costumes familiares,
fazendo uma análise de seus relevâncias nos
conflitos inerentes à sexualidade infantil na pré-escola.
Como
metodologia de pesquisa, utilizamos a revisão bibliográfica, abordaremos a
postura dos professores frente às culturas familiares e teorias institucionais
a luz da psicanálise e concepções freudianas.
Finalizamos nosso texto, fazendo um paralelo entre a compreensão escolar
sobre a temática discutida e as teorias de FREUD, confirmando assim que a sexualidade é algo inerente ao ser humano e
que suas manifestações ocorrem em todas as faixas etárias, independente do querer, do nível intelectual
e cultural dos indivíduos.
A
sexualidade infantil, há tempos vem ganhando destaque no cenário educacional,
prova disso é já ter se tornado parte dos
currículos escolares na tentativa de que
o assunto seja entendido como algo inerente ao ser humano e propicio a
aprendizagem. Mas paralelo a este progresso, a temática ainda sofre com inúmeras intempéries que não
se encontram na uniformidade das causas, não tem um motivo único que seja
responsável ou corresponsável pela inviabilização do progresso curricular na
grande maioria das escolas de educação infantil.
Que todos
sabem que a sexualidade nos é inerente ao ser humano desde a mais tenra idade e
que nos acompanhará até a morte, é fato. O estranhamento deste fato é não
conseguirmos quebrar tantos tabus que geram
conflitos “talvez desnecessários” entre escola e família. Entende-se, portanto,
que tais comportamentos precisam ser analisados por um viés psicanalítico e não
apenas de forma cultural e ou pedagógica.
2 – DESENVOLVIMENTO
2.1 - COMO A ESCOLA COMPREENDE A SEXUALIDADE
INFANTIL
Acredita-se ser de interesse de todos os que fazem
educação, buscar entender as causas pelas quais a sexualidade continua sendo um
grande enigma do ser humano e porque, a despeito de tanta “evolução”, ainda
existem tantos tabus e preconceitos em relação à sexualidade.
Na
verdade a sexualidade ainda não é compreendida no âmbito escolar, pois a este
respeito ainda convivemos com muitos
dilemas, muitas indagações; a todo tempo se escuta perguntas do tipo: Qual
a relação entre Educação Sexual, Questão de Gênero e Sexualidade? É possível e
necessário tratar esta temática na educação infantil? Como organizar o ambiente de modo a favorecer o desenvolvimento das
crianças? Como conciliar cultura familiar e prática pedagógica sem
desrespeitá-las nem uma nem outra? Qual
a relação que os educadores devem ter com as famílias neste processo de
aprendizagem e desenvolvimento infantil? Como planejar, efetivar e avaliar um
currículo para a instituição de Educação Infantil de maneira à compreender a
sexualidade do ponto de vista pedagógico, psicanalítico e cultural?
Sabemos que não é
tarefa fácil encontrar soluções plausíveis para estas problemáticas citadas no
parágrafo anterior, porém é possível desde que, os que educam as crianças
possam se despir de preconceitos e tentem entender a sexualidade como ação
espontânea do corpo. Se a missão das escolas de educação infantil é “cuidar e
educar” para a cidadania, deve-se, portanto, perceber, incluir e avaliar a sexualidade com um olhar critico e
responsável. Porém, na realidade, a escola não tem dado o valor
merecido a essa questão.
Se buscássemos compreender as teorias sexuais das
crianças, se as crianças pudessem expressar seus pensamentos sexuais e tais pensamentos
e teorias fossem compreendidos e utilizados como subsídios de aprendizagem não teríamos tantos adultos frustrados e
neuróticos.
Como forma de assegurar à criança o seu
desenvolvimento pleno e aprendizagem, deve
a escola incluir no seu currículo atividades interdisciplinares que transcendam
os aspectos cognitivos, lembrando que a criança não é só cérebro, é corpo
também; E isso requer atenção total,
pois o corpo fala, se manifesta a todo instante, logo não se pode deixar passar
por desapercebido as teorias sexuais das
crianças. Mas, por não buscarem entender o comportamento sexual infantil,
entram em choque com os constantes os
casos em que os meninos têm ereção peniana ao encostar-se nos joelhos do
professor (prática comum e que incomoda muito aos professores), ou quando em suas brincadeiras
e idas ao banheiro as crianças veem e
tocam as partes intimas umas das outras, admiram, e até confessam e
questionam o fato de sentiram sensações agradáveis no corpo, meninas que
se masturbam dentro da sala e pedem que as amiguinhas sintam o odor que suas
mãos exalam após tocarem suas genitálias.
Recentemente o I.E.I Areia Branca, vivenciou uma situação
que fez com que a gestão escolar repensasse sua proposta pedagógica: Duas crianças do sexos masculino foram flagradas nuas dentro do banheiro. A professora ficou perplexa quando um dos
garotos lhe perguntou por que
quando ele olhava figuras de “gente nua” ou tocava o pênis do amigo, o seu pênis ficava ereto.
Isso foi um choque para a professora que imediatamente encaminhou a criança para a direção, com o intuito de
que o mesmo sofresse alguma repreensão severa. A professora retirou da sala
todos os livros que continha desenhos do corpo humano, pois segundo a mesma, as
gravuras estavam estimulando a “tara” da
criança.
Em situações como essa, vemos que a maioria dos
professores perdem o equilibro e bom senso, passam a fazer juízo de valores em
relação ao comportamento das crianças, esquecem que advimos de uma cultura
massificante religiosa, tradicional e
talvez até mesmo hipócrita, na qual a castração é a melhor solução para esses
casos. Assim, tanto a escola quanto as famílias desperdiçam parte primordial da aprendizagem infantil e
como diz Furlani:
[…] A
sexualidade se manifesta na infância, na adolescência, na vida adulta e na
terceira idade. Esperar para abordar a
sexualidade, apenas na adolescência, reflete uma visão pedagógica limitada,
baseada na crença de que a “iniciação sexual” só é possível a partir da
capacidade reprodutiva [puberdade] (FURLANI, 2009, p. 45).
Não
queremos aqui subjugar os professores, pois sabemos que não é fácil trabalhar essa temática nos dias
em que vivemos, onde a pedofilia e o assédio sexual tem sido ações constantes,
necessitando até que se criem leis especificas para tratar o assunto. Mas o
professor pode revolucionar sua prática;
Tem como conviver bem com estas situações, pois são natas, inerentes ao
ser humano. Mais que isso, são propicias
ao desenvolvimento e aprendizagem infantil. Basta compreendermos que a sexualidade se constitui ao longo da
vida, e que esta sempre há de trazer marca da história, da cultura, da ciência,
e dos afetos e sentimentos que cada ser / sujeito vivencia, se a compreendermos
como dizem Altmann e Carvalho (2012)
“[...]
como um dispositivo histórico e não como uma realidade subterrânea que se
apreende com dificuldade.” (p. 2) Sendo assim, a sexualidade é algo que ao
longo da vida vai se “construindo” a partir de vários processos que o sujeito
vivencia, a partir da formação do conhecimento, da intensificação dos prazeres,
dos estímulos ao corpo, entre outros.
A
abordagem da sexualidade está presente na mídia, nas discussões sociais, e nas
relações familiares, porém, achamos absurdo quando a mesma se manifesta na
criança. Por tratar-se de um discurso aberto e subliminar
atrai elementos autoritários e
estereotipados, revelando concepções errôneas, que permeiam a educação da
criança, dos pais e dos educadores. Prova disso são praticas escolares que
segregadas de preconceitos e costumes arcaicos em nome de uma falsa moral, que
em nada educa.
Se observarmos ao
nosso redor, podemos ver em salas
até mesmo de creche e pré-escola crianças reprimidas, com seus desejos
inibidos: vivenciamos um sistema fajuto que dribla as Leis e Diretrizes Nacionais
para a Educação, e de forma escancarada
(pois nem ao menos disfarça) ainda aplaude situação nas quais meninos sentam de
um lado e as meninas de outro; meninas usam objetos de cor rosas e os meninos
azuis, ou então a escola opta por cores neutras a fim de remediar os “possíveis
problemas / conflitos”; os meninos são ensinados á sempre dever da a vez / a preferências
para as meninas por serem elas “o sexo frágil”. Os brinquedos também não são
disponibilizados de acordo com a preferência das crianças, mas de acordo com as
tradições: meninos devem brincar de bola e de carrinho, meninas de
boneca.... Como se ver, sempre valorizamos
mais os costumes mesmo que defasados que a própria preferência da
criança.
Diante da triste realidade descrita somos obrigados
a dizer que agindo de tal maneira a escola, está matando e não educando,
pois, conforme Nunes e Silva (2000 p. 118-119) “a prática de
reprimir, inibir, de escamotear e esconder a expressão e a curiosidade da
criança é responsável pela maioria das crises e contradições dos conflitos
emocionais e sexuais [...].
As
polêmicas geradas em torno da sexualidade como já mencionada anteriormente são
baseadas geralmente em conceitos religiosos, crenças, tabus, preconceitos; que,
muitas vezes, dificultam a prática docente. E, paralelo a estes problemas, temos ainda que
enfrentar outro que também não é de
menor importância: A formação dos professores, ou
melhor dizendo a falta de formação.
Acredita-se
que para um professor bem formado faz diferença sim no processo de formação da
criança, já que uma formação engloba não apenas os conhecimentos teóricos, como
cita Camargo (1999, p.51-52) “implica o despertar de suas potencialidades,
favorecendo a expressão de sua criatividade, de sua sensibilidade. […] tanto do
ensinante quanto do aprendiz.
É
importante que a escola discuta este assunto para ressignificar as experiências
educativas em torno da sexualidade. A exemplo desta necessidade podemos citar um caso inusitado em que as
crianças foram convidadas a desenharem o
corpo humano, e ao fazerem, bastava
que desenhassem cabeça, braços, pernas e troncos e a professora já se dava por
satisfeita. Mas, uma criança resolveu
quebrar as regras e foi mais além: desenhou alguns acessório de enfeites ou adornos para a figura
“humana” , o professor questionou: Óculos, anéis, relógios.... isso é parte do
corpo humano? E assim desprezou a
criatividade da criança. Com o questionamento da professora criança apagou
os assessórios do seu boneco, mas, desenhou
os órgãos sexuais do suposto corpo humano. Logo a professora pediu que vestisse
o boneco, ou seja, que desenhe a roupa para cobrir os órgãos sexuais. Dessa
forma prefere contradizer sua pratica, pois, roupa assim como outros acessórios
desenhados anteriormente, também não é
parte do copo humano. Mas, agora o que importava era cobrir os órgãos genitais,
como se eles não fosse parte do corpo. Seria esta atitude falta de formação
acadêmica? Ou resquícios de chamada “moral e bons costumes”? Concordamos
com Martleli e Aquino (apud Braga
2009, p. 133), q uando afirma que
além da
própria experiência pessoal, os (as) educadores (as) precisam de uma mudança de
atitude, quererem aprender, abrirem-se ao desafio [...]. Necessitam participar
de cursos, debates, grupos de estudos entre outras atividades de capacitação,
possibilitando assim uma troca de experiências ... (BRAGA, 2009, p.133).
Diante das problemáticas expostas, considera-se de
suma e fundamental importância que a
prática docente esteja pautado nos pensamentos filosóficos e psicanalíticos de
Freud, haja vista que por este viés, somos levados problematizar, questionar, dialogar e
compreender os elementos culturais, sociais e históricos que constituem esse
aspecto da vida humana.
2.2 – COMO A FAMILIA
COMPREENDE A SEXUALIDADE INFANTIL
Quando
o assunto é sexualidade infantil, é valido afirmar que a família, assim como a escola funciona
como um importante cenário de apreciação e reprodução de dicotomias, uma vez que a constituição dos
sujeitos, trás resquícios de uma cultura
usurpada pelas relações de gênero e pelas constantes disputas de poder.
Portanto,
não é de se espantar que, ainda tem pais que ficam transtornados ao saber que
seus filhos vivenciaram situações de afeto e descobrimento do corpo na creche.
Mas como eles podem cheirar, acariciar “o pipiu / o pintinho” do filho e esperam que esse comportamento não
vai se reproduzir na escola? Afinal, se os pais fazem isso com os filhos e
entendem tal comportamento como prova de
amor e não como pedofilia, por que na escola se uma criança toca a genitália de
outra isso é entendido como assedio /
abuso? Na maioria das vezes direção escolar fica em uma situação
constrangedora, por ter que que atender aos princípios da moralidade familiar e as teorias pedagógicas.
A
abordagem da sexualidade infantil nas escolas nas escolas ainda deixa alguns pais receosos, mas é necessário
faze-los entender que é importante que o
respeito às diferenças e ao próprio desenvolvimento do corpo, esteja presente no currículo. Portanto, informar
aos pais é o primeiro passo para a
quebra do preconceito.
Entendemos
que não cabe a escola, fazer juízo de
valores familiares nesta questão e que é necessário que haja o respeito para
com as culturas familiares tanto no âmbito da moralidade excessiva, quanto as
ditas liberais. Portanto cabe a escola assumir uma postura conciliatória e
libertadora para que gere aprendizagem
respeitando os limites e impulsos do corpo infantil, sem desvalorizar ou banalizar conceitos
familiares. É possível agir desta maneira, conforme sugere, SANTOS, Andréia Tenório i
(2008, apud ALTMANN e CARVALHO, 2012)
[...]
trabalhar educação sexual com as crianças desde pequena, incluindo aí o tema da
masturbação, que deve ser percebida e abordada de maneira positiva. [...] as
crianças precisam entender os conceitos de nudez e privacidade e, para que não
pareça ser um modo de fazer “concessões” quanto aos prazeres das crianças,
devem aprender que certas atitudes dever ser feitas privativamente. SANTOS
(2010
i apud
ALTMANN
e CARVALHO, 2012, p. 7)
Por
assumir relevância social, consideramos importante a discussão sobre
sexualidade infantil no âmbito escolar, pois, de acordo com alguns pais, as
crianças têm revelado a sua sexualidade
cada vez mais cedo, e condenam a escola, por isso, como se tal acontecimentos
fosse um ato negativo na vida dos filhos.
Percebe-se portanto, que mesmo vivendo sobre forte influência da mídia e
da tecnologia, e tendo acesso a qualquer
tipo de informação, ainda não é do
conhecimento de todos que as
manifestações sexuais iniciam-se antes ainda do nascimento, e que estas
acontecem de forma espontânea ou como uma resposta à estimulação do corpo de
cada individuo.
É comum no
I.E.I Areia Branca (acredito que na maioria das escolas) ver pais e
professores angustiados por que a
criança querem ver o sexo dos adultos com quem convivem, os adultos ao invés de
ficarem felizes, sofrem com as descobertas das crianças; E atitude como estas
que deveria ser visto com naturalidade, ainda são vistas como um ato preocupante
e vergonhoso no seio familiar.
Estudando as teorias sexuais das crianças
reportei-me a uma situação vivenciada no
IEI Areia Branca a alguns anos atrás: lembrei-me de Kayke uma criança de 3 anos
de idade que faz parte da escola lócus das experiências relatadas neste texto.
A mãe do menino chegou à escola perplexa por que a noite em sua casa a criança
orou rogando ao papai do céu que
concedesse uma “piroquinha” a sua mãe e
a sua professora. Segundo a mãe da criança conta, e nos autorizou a contar, o
menino tem muito orgulho de ter um pênis, a ponto de fotografa-lo e pedir que
não apagasse a foto, pois estava linda;
e dizia para mamãe não ficar triste, “por que a piroquinha dela ainda ia
crescer”.
A situação descrita nos remete a Freud quando diz que
uma das primeiras teorias sexuais infantis deriva do desconhecimento das
diferenças entre os sexos e como uma característica infantil...
“consiste em atribuir a todos, inclusive às mulheres, a posse de um pênis,
tal como o menino sabe a partir de seu próprio corpo. É justamente na
constituição sexual que devemos encarar como ‘normal’ que, já na infância, o
pênis é a principal zona erógena e o mais importante objeto sexual
auto-erótico.
SANTOS (2010. p3 i apud
FEUD – 1976)
Como mostra o exemplo de Kayke e a referência teórica, já na infância, o pênis é a principal zona
erógena e o mais importante objeto sexual auto erótico. Lamenta-se que esta teoria infantil não seja
compreendia com naturalidade por parte
dos adultos, e ainda na mesma referência
encontramos a seguinte citação “o alto
valor que o menino lhe concede (ao
pênis / grifo nosso) reflete-se
naturalmente em sua incapacidade de imaginar uma pessoa semelhante a ele que
seja desprovida desse constituinte essencial.”
É
Preocupante perceber que qualquer comportamento que saia dos padrões da normalidade é prontamente tratado com
descaso, desprezo, humilhação e caso a escola não seja vigilante uma simples brincadeira na qual as crianças queiram descobrir seus
corpos, podem ser vir a ser interpretadas
como assédio ou violência física.
Para
evitar o constrangimento ou bullying por parte dos adultos, a família e a
escola podem - e devem – abordar essa questão com naturalidade, embora não seja fácil deve ser esclarecido a necessidade de respeitar as teorias e
comportamentos sexuais infantis necessidades do corpo e pressuposto de
aprendizagem.
3 – CONCLUSÃO
Diante do exposto, concluímos que tratar sobre a
sexualidade infantil não é nada fácil, posto que a sexualidade de uma maneira
em geral é ainda é um assunto muito obscuro, envolto em medos e preconceito. Ao
que nos parece, grande parte da população ainda tem receio em abordar o tema, uma grande
prova disso se dá no choque entre pais e
professores que não se entendem quando o assunto é sexualidade.
Está muito claro que; falar, discutir abertamente as
questões sobre a sexualidade humana ainda é um tabu, principalmente para as
famílias do interior. Imagine agora, o drama enfrentado pela escola, mais
especificamente as creches , quando professores e gestores se deparam com
reações normais do comportamento humano no caso “as crianças que se descobrem
automaticamente”, elas são de imediato reprimidas, talvez que por falta de
conhecimentos, ou mesmo por não se acharem preparadas pra lidar com essas
questões.
Se hoje temos
um número ínfimo de profissionais que já vislumbram um caminho mais aberto, que
já falam mais a vontade sobre essas
questões na infância; porém, por conduzirem assim sua prática, esses profissionais podem ser tratados com não com o devido
respeito, pois ainda são vistos como pessoas omissas, e como se dessem lugar a
libertinagem. Mas, se de fato, este profissional se omite, logo é encurralado pela escola e família que vivem
nos últimos tempos um impasse entre
sexualidade infantil e a cultura familiar baseado em dogmas da religiosidade
que ainda tenta esconder e negar que o
corpo humano, que as pessoas sentem desejos , vontades carnais desde a mais
tenra idade, negam que a nossa relação é carnal, cheia de desejos desde a infância.
Resultado, a sexualidade infantil está longe de ter
o cuidado que merece, ainda é um tabu, e assim, família e escola continuam uma desconexão tremenda no que tange as
descobertas na infância.
.
REFERÊNCIAS
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CARVALHO, Gabriella Elaine Fagundes de. Sexualidade
na Educação Infantil: entre o silenciamento e a vigilância. In: Artifícios,
Pará, v. 2, n. 4, p. 1-13, dez/2012.
AQUINO.
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Martelli UNIOESTE) Escola e educação
sexual: uma relação necessária. IX
ANPEDS SUL. Seminário de pesquisa em
educação da região sul 2012.
BRAGA, Eliane
Rose Maio. Sexualidade infantil: a importância da formação de professores (as)
na questão de gênero. In: Educação no século XXI: Múltiplos desafios/
Sandra Regina Cassol Carbello, Sueli Ribeiro Comar (organizadoras). Maringá:
Eduem, 2009.
CAMARGO,
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Sigmund. Obras Completas. Rio de Janeiro: Imago, 1976. Sobre as teorias sexuais das crianças. (1908 - v. 9)
FURLANI,
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Sexual na escola. In: Sexualidade; Secretaria de Estado da Educação.
Superintendência de Educação. Departamento de Diversidades. Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual. -
Curitiba: SEED –Pr., 2009. - p. 37 – 48.
NUNES, César Aparecido.
A educação Sexual da Criança: Subsídios teóricos e propostas práticas
para uma abordagem da sexualidade para além da transversalidade/ César Nunes,
Edna Silva. - Campinas, SP: Autores Associados, 2000. - (Coleção polêmicas do
nosso tempo; 72).
SANTOS,
Andréia Tenório dos: Desejo e sexualidade na constituição do
conhecimento. Texto originado das reflexões suscitadas na pesquisa de iniciação
científica “A sexualidade infantil e o desejo de saber: a origem da atividade
intelectual nas crianças” . Ago/2009 a Jul/2010, na Faculdade de Educação da
USP, sob a orientação do profº Dr. Leandro de Lajonquière