sexta-feira, 27 de maio de 2016

Práticas pedagógicas x Cultura familiar: Como conciliar os conflitos da sexualidade infantil?

FLORIDA CHRISTIAN UNIVESITY
  CAMPUS UNIFUTURO
 NÚCLEO NORDESTE
 MESTRADO EM EDUCAÇÃO
                                                                          





MARIA DAS DORES NOGUEIRA NOBRE ARAÚJO








Práticas pedagógicas x Cultura  familiar:   Como conciliar os  conflitos da sexualidade infantil?











QUIXADÁ- CE
2014



1-      Introdução:

Este trabalho resulta de estudos  que apresentam em suas entrelinhas o resultado diagnóstico descritivo e avaliativo de experiências vivenciadas no Instituto de Educação Infantil Areia Branca, escola publica da rede municipal de Ibicuitinga – Cé.                      Pretende-se por meio deste conjecturar concepções  teóricas à   práticas pedagógicas e costumes familiares, fazendo uma análise de seus relevâncias  nos conflitos inerentes à sexualidade infantil na pré-escola.   
Como metodologia de pesquisa, utilizamos a revisão bibliográfica, abordaremos a postura dos professores frente às culturas familiares e teorias institucionais a luz da psicanálise e concepções freudianas.  Finalizamos nosso texto, fazendo um paralelo entre a compreensão escolar sobre a temática discutida e as teorias de FREUD,  confirmando assim que  a sexualidade é algo inerente ao ser humano e que suas manifestações ocorrem em todas as faixas etárias,  independente do querer, do nível intelectual e cultural dos  indivíduos.
A sexualidade infantil, há tempos vem ganhando destaque no cenário educacional, prova disso é  já ter se tornado parte dos currículos escolares na tentativa de que  o assunto seja entendido como algo inerente ao ser humano e propicio a aprendizagem. Mas paralelo a este progresso, a temática  ainda sofre com inúmeras intempéries que não se encontram na uniformidade das causas, não tem um motivo único que seja responsável ou corresponsável pela inviabilização do progresso curricular na grande maioria das escolas de educação infantil.
Que todos sabem que a sexualidade nos é inerente ao ser humano desde a mais tenra idade e que nos acompanhará até a morte, é fato. O estranhamento deste fato é não conseguirmos quebrar  tantos tabus que geram conflitos “talvez desnecessários” entre escola e família. Entende-se, portanto, que tais comportamentos precisam ser analisados por um viés psicanalítico e não apenas de forma cultural e ou pedagógica.


2 – DESENVOLVIMENTO
2.1 - COMO A ESCOLA COMPREENDE A SEXUALIDADE INFANTIL

Acredita-se ser de interesse de todos os que fazem educação, buscar entender as causas pelas quais a sexualidade continua sendo um grande enigma do ser humano e porque, a despeito de tanta “evolução”, ainda existem tantos tabus e preconceitos em relação à sexualidade.
Na verdade a sexualidade ainda não é compreendida no âmbito escolar, pois  a  este respeito ainda convivemos com muitos  dilemas, muitas indagações; a todo tempo se escuta perguntas do tipo: Qual a relação entre Educação Sexual, Questão de Gênero e Sexualidade? É possível e necessário tratar esta temática na educação infantil? Como organizar o ambiente de modo a favorecer o desenvolvimento das crianças? Como conciliar cultura familiar e prática pedagógica sem desrespeitá-las nem uma  nem outra? Qual a relação que os educadores devem ter com as famílias neste processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil? Como planejar, efetivar e avaliar um currículo para a instituição de Educação Infantil de maneira à compreender a sexualidade do ponto de vista pedagógico, psicanalítico  e cultural? 
 Sabemos que não é tarefa fácil encontrar soluções plausíveis para estas problemáticas citadas no parágrafo anterior, porém é possível desde que, os que educam as crianças possam se despir de preconceitos e tentem entender a sexualidade como ação espontânea do corpo. Se a missão das escolas de educação infantil é “cuidar e educar” para a cidadania, deve-se, portanto, perceber, incluir e avaliar    a sexualidade com um olhar critico e responsável.  Porém,  na realidade, a escola não tem dado o valor merecido a essa questão.
Se buscássemos compreender as teorias sexuais das crianças, se as crianças pudessem expressar seus pensamentos sexuais e tais pensamentos e teorias fossem compreendidos e utilizados como subsídios de aprendizagem  não teríamos tantos adultos frustrados e neuróticos.  
Como forma de assegurar à criança o seu desenvolvimento pleno e aprendizagem,   deve a escola incluir no seu currículo atividades interdisciplinares que transcendam os aspectos cognitivos, lembrando que a criança não é só cérebro, é corpo também; E  isso requer atenção total, pois o corpo fala, se manifesta a todo instante, logo não se pode deixar passar por desapercebido  as teorias sexuais das crianças. Mas, por não buscarem entender o comportamento sexual infantil, entram em choque com os  constantes os casos em que os meninos têm ereção peniana ao encostar-se nos joelhos do professor (prática comum e que incomoda muito aos  professores), ou quando em suas brincadeiras e idas ao banheiro as crianças  veem e tocam as partes intimas umas das outras, admiram, e até confessam  e  questionam o fato de sentiram sensações agradáveis no corpo, meninas que se masturbam dentro da sala e pedem que as amiguinhas sintam o odor que suas mãos exalam após tocarem suas genitálias.
Recentemente  o I.E.I Areia Branca, vivenciou uma situação que fez com que a gestão escolar repensasse sua proposta pedagógica:  Duas crianças do sexos masculino foram  flagradas nuas dentro do banheiro.  A professora ficou perplexa quando  um dos  garotos  lhe perguntou por que quando ele olhava figuras de “gente nua” ou tocava  o pênis do amigo, o seu pênis ficava ereto. Isso foi um choque para a professora que  imediatamente encaminhou  a criança para a direção, com o intuito de que o mesmo sofresse alguma repreensão severa. A professora retirou da sala todos os livros que continha desenhos do corpo humano, pois segundo a mesma, as gravuras  estavam estimulando a “tara” da criança.
Em situações como essa, vemos que a maioria dos professores perdem o equilibro e bom senso, passam a fazer juízo de valores em relação ao comportamento das crianças, esquecem que advimos de uma cultura massificante  religiosa, tradicional e talvez até mesmo hipócrita, na qual a castração é a melhor solução para esses casos. Assim, tanto a escola quanto as famílias desperdiçam  parte primordial da aprendizagem infantil e como  diz Furlani: 
[…] A sexualidade se manifesta na infância, na adolescência, na vida adulta e na terceira idade.  Esperar para abordar a sexualidade, apenas na adolescência, reflete uma visão pedagógica limitada, baseada na crença de que a “iniciação sexual” só é possível a partir da capacidade reprodutiva [puberdade] (FURLANI, 2009, p. 45).

Não queremos aqui subjugar os professores, pois sabemos que  não é fácil trabalhar essa temática nos dias em que vivemos, onde a pedofilia e o assédio sexual tem sido ações constantes, necessitando até que se criem leis especificas para tratar o assunto. Mas o professor pode revolucionar sua prática;  Tem como conviver bem com estas situações, pois são natas, inerentes ao ser humano. Mais que isso, são  propicias ao desenvolvimento e aprendizagem infantil. Basta  compreendermos    que a sexualidade se constitui ao longo da vida, e que esta sempre há de trazer marca da história, da cultura, da ciência, e dos afetos e sentimentos que cada ser / sujeito vivencia, se a compreendermos  como dizem  Altmann e Carvalho (2012)
“[...] como um dispositivo histórico e não como uma realidade subterrânea que se apreende com dificuldade.” (p. 2) Sendo assim, a sexualidade é algo que ao longo da vida vai se “construindo” a partir de vários processos que o sujeito vivencia, a partir da formação do conhecimento, da intensificação dos prazeres, dos estímulos ao corpo, entre outros.

A abordagem da sexualidade está presente na mídia, nas discussões sociais, e nas relações familiares, porém, achamos absurdo quando a mesma se manifesta na criança.  Por  tratar-se de um discurso aberto e subliminar atrai  elementos autoritários e estereotipados, revelando concepções errôneas, que permeiam a educação da criança, dos pais e dos educadores. Prova disso são praticas escolares que segregadas de preconceitos e costumes arcaicos em nome de uma falsa moral, que em nada educa.
Se observarmos ao  nosso redor,  podemos ver em salas até mesmo de creche e pré-escola crianças reprimidas, com seus desejos inibidos: vivenciamos um sistema fajuto que dribla as Leis e Diretrizes Nacionais para a Educação,  e de forma escancarada (pois nem ao menos disfarça) ainda aplaude situação nas quais meninos sentam de um lado e as meninas de outro; meninas usam objetos de cor rosas e os meninos azuis, ou então a escola opta por cores neutras a fim de remediar os “possíveis problemas / conflitos”; os meninos são ensinados á sempre dever da a vez / a preferências para as meninas por serem elas “o sexo frágil”. Os brinquedos também não são disponibilizados de acordo com a preferência das crianças, mas de acordo com as tradições: meninos devem brincar de bola e de carrinho, meninas de boneca....  Como se ver, sempre   valorizamos  mais os costumes mesmo que defasados que a própria preferência da criança.
Diante da triste realidade descrita somos obrigados a dizer que agindo de tal maneira a escola, está matando e não educando, pois,  conforme  Nunes e Silva (2000 p. 118-119) “a prática de reprimir, inibir, de escamotear e esconder a expressão e a curiosidade da criança é responsável pela maioria das crises e contradições dos conflitos emocionais e sexuais [...].

As polêmicas geradas em torno da sexualidade como já mencionada anteriormente são baseadas geralmente em conceitos religiosos, crenças, tabus, preconceitos; que, muitas vezes, dificultam a prática docente.  E, paralelo a estes problemas, temos ainda que enfrentar  outro que também não é de menor importância: A formação dos professores, ou melhor  dizendo a falta de formação.
Acredita-se que para um professor bem formado faz diferença sim no processo de formação da criança, já que uma formação engloba não apenas os conhecimentos teóricos, como cita Camargo (1999, p.51-52) “implica o despertar de suas potencialidades, favorecendo a expressão de sua criatividade, de sua sensibilidade. […] tanto do ensinante quanto do aprendiz.
É importante que a escola discuta este assunto para ressignificar as experiências educativas em torno da sexualidade. A exemplo desta necessidade  podemos citar um caso inusitado em que as crianças foram convidadas a desenharem o corpo humano, e ao fazerem,  bastava que desenhassem cabeça, braços, pernas e troncos e a professora já se dava por satisfeita. Mas,  uma criança resolveu quebrar as regras e foi mais além: desenhou alguns  acessório de enfeites ou adornos para a figura “humana” , o professor questionou: Óculos, anéis, relógios.... isso é parte do corpo humano? E assim desprezou a  criatividade da criança. Com o questionamento da professora criança apagou os assessórios do seu boneco, mas,  desenhou os órgãos sexuais do suposto corpo humano. Logo a professora pediu que vestisse o boneco, ou seja, que desenhe a roupa para cobrir os órgãos sexuais. Dessa forma prefere contradizer sua pratica, pois, roupa assim como outros acessórios desenhados anteriormente,  também não é parte do copo humano. Mas, agora o que importava era cobrir os órgãos genitais, como se eles não fosse parte do corpo. Seria esta atitude falta de formação acadêmica? Ou resquícios de chamada “moral e bons costumes”? Concordamos com  Martleli e Aquino (apud Braga 2009, p. 133), q uando afirma que 
além da própria experiência pessoal, os (as) educadores (as) precisam de uma mudança de atitude, quererem aprender, abrirem-se ao desafio [...]. Necessitam participar de cursos, debates, grupos de estudos entre outras atividades de capacitação, possibilitando assim uma troca de experiências ... (BRAGA, 2009, p.133).


Diante das problemáticas expostas, considera-se de suma e  fundamental importância que a prática docente esteja pautado nos pensamentos filosóficos e psicanalíticos de Freud, haja vista que por este viés, somos levados    problematizar, questionar, dialogar e compreender os elementos culturais, sociais e históricos que constituem esse aspecto da vida humana.

2.2 – COMO A FAMILIA COMPREENDE A SEXUALIDADE INFANTIL

Quando o assunto é sexualidade infantil, é valido afirmar  que a família, assim como a escola funciona como  um importante cenário  de apreciação e reprodução de  dicotomias, uma vez que a constituição dos sujeitos, trás resquícios de uma cultura  usurpada pelas relações de gênero e pelas constantes disputas de poder.
Portanto, não é de se espantar que, ainda tem pais que ficam transtornados ao saber que seus filhos vivenciaram situações de afeto e descobrimento do corpo na creche. Mas como eles podem cheirar, acariciar “o pipiu / o pintinho”  do filho e esperam que esse comportamento não vai se reproduzir na escola? Afinal, se os pais fazem isso com os filhos e entendem tal comportamento  como prova de amor e não como pedofilia, por que na escola se uma criança toca a genitália de outra isso é entendido como assedio /  abuso? Na maioria das vezes direção escolar fica em uma situação constrangedora, por ter que que atender aos princípios da  moralidade familiar e as teorias pedagógicas.   
A abordagem da sexualidade infantil nas escolas nas escolas ainda  deixa alguns pais receosos, mas é necessário faze-los  entender que é importante que o respeito às diferenças e ao próprio desenvolvimento do corpo,  esteja presente no currículo. Portanto, informar aos pais  é o primeiro passo para a quebra do preconceito.  
Entendemos que não cabe  a escola, fazer juízo de valores familiares nesta questão e que é necessário que haja o respeito para com as culturas familiares tanto no âmbito da moralidade excessiva, quanto as ditas liberais. Portanto cabe a escola assumir uma postura conciliatória e libertadora para  que gere aprendizagem respeitando os limites e impulsos do corpo infantil, sem  desvalorizar ou banalizar conceitos familiares. É possível agir desta maneira, conforme sugere,  SANTOS, Andréia Tenório i (2008, apud ALTMANN e CARVALHO, 2012)
[...] trabalhar educação sexual com as crianças desde pequena, incluindo aí o tema da masturbação, que deve ser percebida e abordada de maneira positiva. [...] as crianças precisam entender os conceitos de nudez e privacidade e, para que não pareça ser um modo de fazer “concessões” quanto aos prazeres das crianças, devem aprender que certas atitudes dever ser feitas privativamente.                SANTOS (2010 i apud  ALTMANN e CARVALHO, 2012, p. 7)

Por assumir relevância social, consideramos importante a discussão sobre sexualidade infantil no âmbito escolar, pois, de acordo com alguns pais, as crianças têm revelado a sua sexualidade  cada vez mais cedo, e condenam a escola, por isso, como se tal acontecimentos fosse um ato negativo na vida dos filhos.  Percebe-se portanto, que mesmo vivendo sobre forte influência da mídia e da tecnologia, e tendo  acesso a qualquer tipo de informação,  ainda não é do conhecimento de todos que  as manifestações sexuais iniciam-se antes ainda do nascimento, e que estas acontecem de forma espontânea ou como uma resposta à estimulação do corpo de cada individuo. 
 É comum no I.E.I Areia Branca (acredito que na maioria das escolas) ver pais e professores  angustiados por que a criança querem ver o sexo dos adultos com quem convivem, os adultos ao invés de ficarem felizes, sofrem com as descobertas das crianças; E atitude como estas que deveria ser visto com naturalidade, ainda são vistas como um ato preocupante e vergonhoso no seio familiar.
Estudando as teorias sexuais das crianças reportei-me  a uma situação vivenciada no IEI Areia Branca a alguns anos atrás: lembrei-me de Kayke uma criança de 3 anos de idade que faz parte da escola lócus das experiências relatadas neste texto. A mãe do menino chegou à escola perplexa por que a noite em sua casa a criança orou rogando  ao papai do céu que concedesse uma “piroquinha”  a sua mãe e a sua professora. Segundo a mãe da criança conta, e nos autorizou a contar, o menino tem muito orgulho de ter um pênis, a ponto de fotografa-lo e pedir que não apagasse a foto, pois estava linda;  e dizia para mamãe não ficar triste, “por que a piroquinha dela ainda ia crescer”.
A situação descrita nos remete a Freud quando diz que uma das primeiras teorias sexuais infantis deriva do desconhecimento das diferenças entre os sexos e como uma característica infantil... 
“consiste em atribuir a todos, inclusive às mulheres, a posse de um pênis, tal como o menino sabe a partir de seu próprio corpo. É justamente na constituição sexual que devemos encarar como ‘normal’ que, já na infância, o pênis é a principal zona erógena e o mais importante objeto sexual auto-erótico.
SANTOS (2010. p3  i apud  FEUD – 1976)

Como mostra o exemplo de Kayke  e a referência teórica,   já na infância, o pênis é a principal zona erógena e o mais importante objeto sexual auto erótico.  Lamenta-se que esta teoria infantil não seja compreendia com naturalidade  por parte dos adultos, e  ainda na mesma referência encontramos a seguinte citação  “o alto valor que o menino lhe concede (ao pênis / grifo nosso)  reflete-se naturalmente em sua incapacidade de imaginar uma pessoa semelhante a ele que seja desprovida desse constituinte essencial.”
É Preocupante perceber que qualquer comportamento que saia dos padrões  da normalidade é prontamente tratado com descaso, desprezo, humilhação e caso a escola não seja vigilante  uma simples brincadeira na  qual as crianças queiram descobrir seus corpos, podem ser vir a ser interpretadas  como  assédio ou violência física.
Para evitar o constrangimento ou bullying por parte dos adultos, a família e a escola podem - e devem – abordar essa questão com naturalidade,  embora não seja fácil deve ser esclarecido  a necessidade de respeitar as teorias e comportamentos sexuais infantis necessidades do corpo e pressuposto de aprendizagem.         













3 – CONCLUSÃO
 
Diante do exposto, concluímos que tratar sobre a sexualidade infantil não é nada fácil, posto que a sexualidade de uma maneira em geral é ainda é um assunto muito obscuro, envolto em medos e preconceito. Ao que nos parece, grande parte da população ainda tem  receio em abordar o tema, uma grande prova  disso se dá no choque entre pais e professores que não se entendem quando o assunto é sexualidade.
Está muito claro que; falar, discutir abertamente as questões sobre a sexualidade humana ainda é um tabu, principalmente para as famílias do interior. Imagine agora, o drama enfrentado pela escola, mais especificamente as creches , quando professores e gestores se deparam com reações normais do comportamento humano no caso “as crianças que se descobrem automaticamente”, elas são de imediato reprimidas, talvez que por falta de conhecimentos, ou mesmo por não se acharem preparadas pra lidar com essas questões.
Se hoje  temos um número ínfimo de profissionais que já vislumbram um caminho mais aberto, que já falam  mais a vontade sobre essas questões na infância; porém, por conduzirem assim sua prática,  esses profissionais  podem ser tratados com não com o devido respeito, pois ainda são vistos como pessoas omissas, e como se dessem lugar a libertinagem. Mas, se de fato, este profissional se omite, logo é  encurralado pela escola e família que vivem nos  últimos tempos um impasse entre sexualidade infantil e a cultura familiar baseado em dogmas da religiosidade que ainda tenta esconder e negar que  o corpo humano, que as pessoas sentem desejos , vontades carnais desde a mais tenra idade, negam que a nossa relação é carnal, cheia de desejos desde  a infância.
Resultado, a sexualidade infantil está longe de ter o cuidado que merece, ainda é um tabu, e assim, família e escola continuam  uma desconexão tremenda no que tange as descobertas na infância.






REFERÊNCIAS
ALTMANN, Helena; CARVALHO, Gabriella Elaine Fagundes de. Sexualidade na Educação Infantil: entre o silenciamento e a vigilância. In: Artifícios, Pará, v. 2, n. 4, p. 1-13, dez/2012.

AQUINO. Camila; MATELLI. Andrea Cristina: (Camila Aquino – UNIOESTE / Andrea Cristina Martelli UNIOESTE) Escola e educação sexual: uma relação necessária.  IX ANPEDS SUL.  Seminário de pesquisa em educação da região sul 2012. 

BRAGA, Eliane Rose Maio. Sexualidade infantil: a importância da formação de professores (as) na questão de gênero. In: Educação no século XXI: Múltiplos desafios/ Sandra Regina Cassol Carbello, Sueli Ribeiro Comar (organizadoras). Maringá: Eduem, 2009.

CAMARGO, Ana Maria Faccioli de; RIBEIRO, Cláudia. Sexualidade (s) e Infância (s): A sexualidade como um tema transversal. São Paulo: Editora da Universidade de Campinas, 1999.

FREUD, Sigmund. Obras Completas. Rio de Janeiro: Imago, 1976. Sobre as teorias sexuais das crianças. (1908 - v. 9)

FURLANI, Jimena. Encarar o desafio da Educação Sexual na escola. In: Sexualidade; Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Diversidades. Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual. - Curitiba: SEED –Pr., 2009. - p. 37 – 48.

NUNES, César Aparecido. A educação Sexual da Criança: Subsídios teóricos e propostas práticas para uma abordagem da sexualidade para além da transversalidade/ César Nunes, Edna Silva. - Campinas, SP: Autores Associados, 2000. - (Coleção polêmicas do nosso tempo; 72).
SANTOS, Andréia Tenório dos: Desejo e sexualidade na constituição do conhecimento.    Texto  originado das reflexões suscitadas   na pesquisa de iniciação científica “A sexualidade infantil e o desejo de saber: a origem da atividade intelectual nas crianças” . Ago/2009 a Jul/2010, na Faculdade de Educação da USP, sob a orientação do profº Dr. Leandro de Lajonquière





Diversidade religiosa na escola e a discriminação aos evangélicos

FLORIDA CHRISTIAN UNIVESITY
CAMPUS UNIFUTURO
NÚCLEO NORDESTE
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
Ensaio Científico: Diversidade religiosa na escola e a discriminação aos evangélicos
Disciplina: Antropologia da Educação
Prof. Dr: Cristian Paiva
Aluna: Maria das Dores Nogueira Nobre Araújo

I  - INTRODUÇÃO.
            Este ensaio tem como principal objetivo pensar antropologicamente a diversidade cultural religiosa no âmbito escolar e por fim busca romper com preconceitos vividos pela classe minoritária (os evangélicos). Porém, antes de abordarmos o assunto  com base na legislação brasileira, do ponto de vista  dos Direitos humanos e estado laico, queremos nos reportar a práticas cotidianas escolares vexatórias e excludentes para com os alunos evangélicos e ou filhos de evangélicos.            
            Pretende-se por meio deste discutir o multiculturalismo religioso que permeia as escolas públicas da rede municipal de ensino no município de Ibicuitinga – Cé, e por fim lança-se o convite aos leitores e a todos os que fazem a educação a repensar  politicas pedagógicas e sociais que excedam o etnocentrismo,  uma vez que o “ensino religioso”  impregnado de dogmas catolicistas já não  pode mais ser considerada  comum à todos.
            Queremos ainda propor o rompimento de ideias e atitudes dicotômicas: católicos X evangélicos (assembleianos pentecostais), uma vez que todos os sujeitos que compõem a diversidade cultural religiosa devem ser tratados como pessoas que tem identidades e comportamentos plurais, que se transformam e contradizem normas comportamentais de um determinado grupo outrora dominante.  
Abordaremos a postura dos professores frente à diversidade cultural religiosa, conjecturando-as aos pensamentos de Maria Candau, e outra referências bibliográficas  sugeridos nos estudos da  disciplina antropologia da educação.
II - DESENVOLVIMENTO

            Não se pode falar em multiculturalismo e religião, sem lembrarmos a história dos hebreus, pois o principal legado que este povo deixou as demais nações  foi no âmbito religioso. Que os hebreus  foram os primeiros povos a adotar o monoteísmo, e que seu Deus se  destacou-se na literatura, principalmente na Bíblia Sagrada também não é novidade.  Porém poucos sabem que a missão dos profetas hebreus, era educar / ensinar a Lei de Deus ao povo de Israel. Portanto, temos na história dos hebreus o primeiro plano de ensino religioso.
            Neste mesmo contexto também  é válida a afirmativa  de que a Civilização hebraica  foi, a mais marcante e expressiva de que se tem conhecimento na história da humanidade.  Os hebreus se destacaram por sua religião e pelas contribuições na literatura. Desde a antiguidade a educação religiosa e  secular deve ser obrigação da família. Segundo a bíblia sagrada até que a criança viesse a ter maturidade era competência da família,  ensiná-la e orientá-la a viver segundo os princípios cristãos.  Vejamos, portanto, algumas citações bíblicas que fundamentam essa ideia:
Gênesis 18: 19    (Palavra de Deus  a Abraão)
“Porquanto Eu o escolhi, para que instrua seus filhos e todos os seus descendentes acerca de conservarem-se no Caminho do SENHOR, praticando o que é justo e direito, a fim de que o SENHOR faça vir sobre Abraão tudo quanto lhe tem prometido!”

Deuteronômio 4: 9 (Palavra de Deus a Moises)
“Tão somente guarda-te a ti mesmo e cuida bem da tua própria alma, a fim de que jamais te esqueças dos muitos sinais que os teus olhos contemplaram, e para que tais vivas recordações nunca se apartem do teu coração, em nenhum dia da tua vida. Ensina-as com dedicação aos teus filhos e aos teus netos.”

Deuteronômio 6:7 ( Moises instrui o povo hebreus, segundo revelação divina)          
“Tu as ensinarás com todo o zelo e perseverança a teus filhos. Conversarás sobre as Escrituras quando estiveres sentado em tua casa, quando estiveres andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares.”

Salmo 78:1 à 7  (Daví – Judá – Masquil testemunham sobre seus pais)  
1-Escutai o meu ensino, povo meu; inclinai os vossos ouvidos às palavras da minha boca.
2 - Abrirei a minha boca numa parábola; proporei enigmas da antiguidade,
3 - coisas que temos ouvido e sabido, e que nossos pais nos têm contado.
4 - Não os encobriremos aos seus filhos, cantaremos às gerações vindouras os louvores do Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que tem feito.
5 -Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma LEI em Israel, as quais coisas ordenou aos nossos pais que as ensinassem a seus filhos;
6 - para que as soubesse a geração vindoura, os filhos que houvesse de nascer, os quais se levantassem e as contassem a seus filhos,
7 - a fim de que pusessem em Deus a sua esperança, e não se esquecessem das obras de Deus, mas guardassem a palavra da LEI;

Efésios 6: 4  (Apóstolo Paulo admoesta aos crentes de Efésios)
E vós, pais, não provoqueis a ira dos vossos filhos, mas educai-os de acordo com a disciplina e o conselho do Senhor.

1ª Samuel 12: 26  (Relato a vida do profeta Samuel, criado e ensinado na sinagoga pelo sacerdote  Eli)
E o jovem Samuel ia crescendo, cada dia mais, em estatura e em graça e estima por parte do SENHOR e de todas as pessoas à sua volta.

1º Samuel 12: 2 (Samuel apresenta Saul como rei em Israel, e fala da importância de instruir o povo no caminho “certo”.
De agora em diante, será o rei quem marchará à vossa frente. Já estou velho e de cabelos brancos, e meus filhos habitam entre vós. Fui vosso guia desde a minha mocidade até hoje.…

            Não temos a pretensão de concordar ou discordar do Ensino religioso nas escolas, mas refletir sobre as metodologias e recursos que são utilizados para esse fim. Assim sendo, chamamos o leitor a refletir sobre o seguinte questionamento: Nos dias atuais a quem interessa o Ensino Religioso? Seria essa uma obrigação da escola? Da família? Ou do Estado?  O que mesmo se deve ser ensinado? 
            Muito se tem falado em diversidade cultural nas escolas, mas quando essa diversidade cultural, está ligada a religiosidade  falta argumentos e conhecimentos legais. Acredita-se, porém, que nem todos conhecem os documentos legais que amparam as escolas para esse fim, fato este que gera os equívocos que tanto provoca o descompromisso, preconceito e exclusão das minorias.                  
            Na verdade a educação brasileira foi principiada em um catolicismo com características medievais: indulgente, intolerante e inquisitório, traços esse que ainda se refletem nossa postura. Acredita-se ainda que a Lei Federal, 9394/96, que deveria ser adaptada ao projeto  politico pedagógico escolar, não é sequer conhecida por todos os que ministram o ensino religioso.
            É inconcebível aos professores  contemporâneos assumir o  pensamento auspicioso de que somos um pais puramente cristão só por imposição dos primeiros colonizadores. A legislação nos garante que somos um país laico, portanto deveríamos adotar uma posição neutra no campo religioso. Deveríamos, portanto, defender a liberdade religiosa a todos os alunos e não mais cultivarmos o proselitismo religioso como faziam os jesuítas.
            O Artigo 5º da  Constituição Brasileira (1988) prever a liberdade de crença religiosa, além de   proteção e respeito às manifestações religiosas:  “VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença...” Entretanto, a laicidade do Estado fica ameaçada em detrimento do ensino religioso nas escolas públicas brasileiras.
            Fundamentada na LDB e  revista nova Escola (2009)  faremos um resgate histórico  da educação brasileira, para que se discutir o caráter educativo da laicidade do Estado para a esfera pública
            Acredita-se que por meio desta leitura, venhamos compreender que   a igreja católica não deveria ter mais nenhuma soberania, em relação  ao poder e controle educativo, pois o   Regime jurídico de União Estado-Religião, nesse caso, a União com a igreja Católica vigorou no período de  1500 a 1889, com a chegada dos jesuítas trazidos ao Brasil pelo então governador geral Tomé de Souza, que por muito tempo cultivou o catolicismo como sendo a religião oficial do império.
            Outro fato importante no âmbito da  história educacional,  Compreende os anos  1890-1930, quando foi criado o Regime jurídico de Plena Separação Estado-Religiões.   Neste período presidente Manoel Deodoro da Fonseca, assina o Decreto 119-A que  proíbe a intervenção da autoridade federal e dos Estados federados em matéria religiosa e consagra a plena liberdade de cultos a qualquer religião. A partir  de então entra em vigor a primeira Constituição republicana que define a separação entre o Estado e quaisquer religiões ou cultos,  e o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos é totalmente leigo.  Nesse mesmo período todas as religiões são aceitas no Brasil e podem praticar sua crença e seu culto livre e abertamente. 
            Entretanto, os anos 1931-2008, também marcam a historia da educação brasileira. Pois nessa época nasce o    Regime jurídico de Separação Atenuada Estado-Religiões. Em  1931, por meio do Decreto de Getúlio Vargas o ensino religioso volta  as escolas publicas, porém em caráter facultativo. Ainda em 1934 é promulgada uma nova Constituição, cujo artigo 153 define:
"O ensino religioso será de frequência facultativa e ministrado de acordo com os princípios da confissão religiosa do aluno manifestada pelos pais ou responsáveis e constituirá matéria dos horários nas escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e normais". 

            Acredita-se que a intenção do decreto é boa, mas a nova promulgação da Constituição tentava retomar algo que “deu certo” para os católicos que eram e ainda é a classe dominante. Entretanto percebe-se que há uma contradição com a realidade,  ou talvez seria mesmo uma descarada manipulação dos fatos. Pois no município de Ibicuitinga, lócus de observação da problemática, e acredita-se que em centenas de outros municípios, o ensino religioso sempre foi obrigatório, sempre priorizou-se dogmas e liturgias católicas, esses eram tidos como CERTOS, como a LEI de DEUS, o “resto” era apenas heresias.  E lamenta-se que até hoje o proselitismo ainda predomina descaradamente, em relação  à denominação católica.
            Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96), de dezembro de 1996, definia que: 
"O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, sendo oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis, em caráter: 

I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu responsável, ministrado por professores ou orientadores religiosos preparados e credenciados pelas respectivas igrejas ou entidades religiosas;


            Até hoje essa data é conhecida e celebrada como a “era de ouro”, pois o padre do município ministrava as aulas, tornando-as em verdadeiros catecismos. Pastores evangélicos e outros líderes religiosos não era considerados aptos para esta função, pois, não tinham respaldo cultural perante a sociedade para tão grandiosa missão.  Além disso, as aula de religião aconteciam  no horário normal das aulas, e as crianças, de outra religião eram obrigadas a estarem na sala de aula ouvindo doutrinas contrarias a sua religião. Falo doutrina, por que as aulas de religião até bem pouco tempo atrás era doutrinação religiosa mesmo, e até o presente momento ainda se percebe isso.
            Diante do contexto descrito, não há como negar  a discriminação sofrida pelos alunos não católicos. Se a opção religiosa dos pais não é considerada, imagina dos alunos que ainda são crianças e não sabem argumentar. Será que a estes é dado o direito de ausentar-se da sala de aula se o assunto contraria sua religião? E os alunos que não tem religião, os ateus e filhos de ateus, ou mesmo de religiões não cristãs, será que a escola pensa neles como cidadãos normais?
            Se a escola entende  a religião como algo que compõe a identidade do sujeito, deverá tratá-la como algo que transcende papeis sociais, pedagógicos e doutrinários e não menosprezando uma em detrimento de outra(s). Neste sentido, não convém  que a escola trate a pluralidade religiosa de forma redutiva, pois assim fazendo, finda por excluir os não católicos, de muitas de suas atividades curriculares. 
            Como resultado do preconceito exacerbado que opera no seio escolar, existe  filhos de evangélicos que negam sua fé. Muitos ainda chegam a deixar a escola por seres vítimas de bullyng, apelidos pejorativos como “os aleluias, santos (as) do pau oco”, são obrigados a ouvirem calados deboches às expressões sagradas como: “A paz do Senhor, o sangue de Cristo tem poder”.   Meninas ainda crianças que são criticadas pelas vestimentas se diferenciada das demais. Ou caso contrário, se vestir-se igual as demais logo vem os aconselhamentos e cobranças de amigos e profissionais hipócritas.
            O chocante de tudo isso é que quando se trata de abuso aos evangélicos, tudo parece normal aos olhos de muitos gestores, que simplesmente aconselha-os a perdoarem, pois é isso que a religião manda.
            Uma prova de que não se trata de ataque ou contra-ataque ao proselitismo católico, vejamos o que diz LOURO GABRIEL (1997. P 62), quanto a estrutura escolar:
A escola delimita espaços. Servindo-se de símbolos e códigos, ela afirma o que cada um pode (ou não pode) fazer, ela separa e institui.
(.....)  Através  de seus quadros, crucifixos, santos e esculturas, aponta aqueles / as que deverão ser modelos e permite, também, que os sujeitos se reconheçam ou não nesse modelo.                               
            Ainda no tocante a citação supracitada, podemos correlaciona-la, as festas juninas, a festa da pascoa denominada pela igreja católica como semana santa,  e as festas tradicionais dos /das padroeiros(a) de cada localidade do município. A escola sempre está marcando presença, e os festejos contam como dias letivos no calendário escolar, entretanto negam o sábado aos adventistas.  Que leitura se pode fazer destas festas os alunos não católicos?  Quem está ali representado? È cabível e louvável que a escola trabalhe desde cedo o respeito ás diferenças, mas nessas festividades  como fica os que não proferem a fé católica? Excluídos?  Na verdade, parece que isso pouco importa, por eles são minoria!  
            Não estamos querendo dizer que não interessante os festejos aos santos.  Essa atividade seria produtiva, se os alunos fossem levados à observar, analisar, buscar compreender e até possível á preferir, entretanto a escola impõem à todos o culto a Deuses estranhos, desconsiderando assim princípios e crenças religiosas e diversificadas.  
            Para Reinaldo Fleuri (2000. p:75), dentro de uma perspectiva intercultural religiosa a escola deverá ser concebida como construção de processos em que diferentes pessoas desenvolvem relações de reciprocidade entre sí. A esse respeito o autor preconiza que:  “As ações e reações entre sujeitos criam, sustentam e modificam contextos relacionais. Esses contextos, por um lado, configuram referências culturais, a partir das quais  os atos individuais adquirem significados”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Que fique claro ao público leitor que perante a Constituição Federal não importa qual a religião predominante no país, as escolas devem aceitar e respeitar  toda a diversidade religiosa. E é necessário ampliar as estratégias metodológicas para que se possa garantir ao aluno o que já está garantido por lei: A não violação e  a liberdade da consciência e de suas  crenças.
            Convida-se portanto a escola à fundamentar seus projetos e politicas pedagógicas em uma cultura de paz e não em competições, e que comece a pensar o ser humano como uma espécie e não apenas como ser individual, pois, se assim fizermos,   talvez ponhamos fim a intolerância religiosa e as demais.
            Finaliza-se, portanto este texto apelando aos professores, gestores, que venhamos  a nos dispor de nossas convicções religiosas, que venhamos a respeitar a diversidade. Claro que o que “ensina, o que gerencia” é um individuo que também tem direito as suas próprias escolhas e que tem suas convicções de fé, mas, enquanto  exerce a função profissional, guarde-as para sí.  É imprescindível que os que fazem a educação sejam aptos á compreender e aceitar as diferenças, mesmo que, às vezes, discordem conceitualmente.
            Não estamos sugerindo que escola, família ou estado  negociem seus valores ou que abdiquem de suas escolhas, apenas que espeite os dos outros. Respeito sempre é bom,  principalmente quando se trata de convicções quanto ao sagrado, pois sabemos que as principais atrocidades que a humanidade comete é na maioria das vezes em nome da fé.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BÍBLIA SAGRADA. Traduzida em Português  por Joao Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida. Ed, 1995. Barueri, SP. Sociedade bíblica do Brasil, 2004.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais nos 1/1992 a 68/2011, pelo Decreto Legislativo nº 186/2008 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/1994. – 35. ed. – Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2012. 454 p. – (Série textos básicos ; n. 67)
CANDAU, Vera Mª (org) Ensinar e aprender: sujeitos, saberes e pesquisa. Rio de Janeiro: DP&A, 2000 – texto  Multiculturalismo e interculturalismo nos processos educacionais. REINALDO MATIAS  FLEURI.
Decreto de Getúlio Vargas   http://revistaescola.abril.com.br/img/gestao-escolar/ acessado em 25-07-2015
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação. Uma perspectiva pós – estruturalista - Petrpolis, RJ. ed: Vozes, 1997.  6ª edição2003


Nova Escola online.  As leis brasileiras e o ensino religioso na escola pública. 29 de Outubro de 2009. Disponível também no site: Biblioteca Virtual  FAPESP  http://www.bv.fapesp.br/namidia/noticia/33156/leis-brasileiras-ensino-religioso-escola/           acessado em 25 – 07- 2015.